Saturday, March 12, 2011

Dia 7 - Prambanan

Prambanan é um complexo de templos hindus nas imediações de Yogya. Ele foi seriamente comprometido por um terremoto ocorrido no final dos anos 2000 e por esse motivo eu tinha receio de perder boa parte da experiência de visitar esse lugar, a exemplo do que ocorreu dias atrás em Borobudur.

Distante uns 20 km da cidade, é fácil alcançá-lo de bicicleta uma vez que daqui até lá é praticamente uma linha reta. Fácil por um lado e difícil por outro. Andar de bicicleta e dividir a estrada com infinitas motos, carros e ônibus não é uma das experiências mais agradáveis no começo, quando se tem a sensação de que a qualquer momento você será atropelado. É interessante como o trânsito em todos os lugares pelos quais passei na Ásia parece um caos, sem regras nem leis, mas depois de um tempo você acaba entendendo que essa dinâmica é bem mais organizada do que parece. É como aquelas enormes nuvens com milhões de pássaros ou insetos. E por mais que eu possa não concordar com algumas coisas no trânsito aqui, devo admitir que ele funciona, e muito bem. E por isso a minha preocupação atual logo foi dissipada. Pensei:"eles sabem o que fazem; é só eu não fazer besteira".

Tudo correu bem e em pouco tempo cheguei no complexo. Como eu previa, alguns dos templos estavam fechados para visitação, mas nenhum dos principais estava passando por profundas obras de restauração, com tapumes por exemplo. Como na maioria das grandes atrações turísticas há uma diferença (muito justa na minha opinião) entre o preços pagos pelos estrangeiros e pelos locais. Aqui é mais ou menos 6 pra 1. E não apenas há essa diferenciação como também há uma entrada diferente para ambos, com a parte dos turistas climatizada e com água/café/chá grátis. Aí a diferenciação se torna desnecessária, mas enfim, talvez seja uma maneira de mostrarem aos turistas o porquê da diferenciação nos preços.

Achei que indo pela manhã escaparia dos tuistas e do calor, mas não aconteceu nem uma coisa nem outra. O dia que começou nublado e garoando logo mudou e esquentou. Muito. Mas muito mesmo. E quanto aos turistas, haviam poucos como eu, mas muitas excursões de escolas locais. Em grupos de 10, 12 estudantes eles abordavam todos os estrangeiros que vissem pela frente e faziam uma série de perguntas como parte de um exercício das aulas de inglês. Como eu não tenho cara de indonésio, fui abordado meia dezena de vezes por eles, todas terminando com sessão de fotos.

O questionário era bem simples. Perguntas do tipo "qual seu nome; de onde vem; o que acha da cidade/Indonésia; banda preferida; como atrair mais turistas para a Indonésia", etc. Duas questões em particular geravam reações das mais positivas quando eu respondia: uma delas era sobre o prato preferido na Indonésia. Pra mim é o gado-gado (tipo de salada cde batata, pepino, broto de feijão, tpfu e molho de amendoim), que é um prato famoso, mas não tão clichê quando outros. Acabei por descobrir que também é o prato preferido da maioria dos estudantes, partindo do princípio de que eles foram sinceros. A outra pergunta se referia ao artista preferido;em vez de responder uma banda qualquer eu falava da minha banda preferida da Indonésia, que no caso é o peterpan (banda pop/rock trabalho digno bem famosa) e ainda emendava o nome de duas ou três músicas. Todos ficaram felizes e certamente surpresos pelo fato de eu conhecê-los.

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