Friday, March 18, 2011

Dia 13 - Pirâmide

Nunca achei que a primeira pirâmide que eu veria ao vivo seria no lugar mais improvável. Sempre achei que seria no Egito ou no México, mas não, quis o destino que essa honra coubesse à Indonésia. Tempos atrás eu assisti um programa sobre pirâmides do mundo, apresentado por um cara esquisito que sempre vestia a mesma calça caqui e camisa azul não importando onde ele estivesse. Enfim, depois de passar pelos lugares clichês, ele mostrou uma pirâmide na China e uma na Indonésia. Ele não falou o nome e nem onde ficava, mas nada que uma busca "indonésia pirâmide" no Google não resolvesse. Ela fica perto de onde estou e é o motivo pelo qual vim para essa cidade (só descobri o vulcão posteriormente).

Em um momento de alucinação eu achei que conseguiria chegar até ela a pé facilmente. Bastava andar alguns quilômetros em uma estrada, virar à direita em outra e subir mais alguns quilômetros. Quanta ingenuidade. A estrada é íngreme e sinuosa, além de não ter espaço para andar. Pergunto a direção, me dizem que é muito, muito, muito longe e que uma pessoa sã pegaria um ônibus até um povoado e depois uma moto até o templo. E foi isso que fiz. Realmente não dava para ir a pé. A distância era muito maior do que eu previa e o terreno, muito acidentado.

A pirâmide lembra vagamente as pirâmides do México, como se fosse só um tronco, sem a parte pontuda de cima. Obviamente me falta o léxico necessário para descrevê-la de um jeito mais técnico. Ela é pequena, mas o fato de estar ao pé do vulcão, observando os vilarejos lá embaixo a torna mais especial do que se supõe. Olhei, subi, tirei fotos, mas o grande barato mesmo é sentar em um dos bancos e olhar as casa, pequeninas no pé do vale, bem como as inúmeras plantações de coisas que eu não conseguia distinguir à tanta distância. Cheguei à conclusão de que deveria ser ainda melhor visitar o lugar no meio da manhã, pouco antes do almoço, quando certamente as nuvens e a cerração envolvem e dão um tom bem misterioso a esse cenário.

Ainda disposto a tentar fazer o caminho de volta, torno a descer o morro lentamente. Era sexta-feira, por volta da hora do almoço, que é quando tem a reza em massa e se vê poucas pessoas na rua nesse horário. Bastaram duas ou três bifurcações que me deixaram em dúvida sobre qual caminho pegar para eu parar a primeira moto que passou e pedir carona até o vilarejo mais perto.

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