Sunday, February 1, 2009

Dia 143 - Volta pra casa

Quando eu pisei em solo tailandês, ficou provado de uma vez por todas que a minha decisão de voltar foi a mais acertada possível. Na imigração, fui atendido com sorrisos, devolveram o pasaporte na minha mão (ao contrário dos indianos que simplesmente jogam o pobre coitado) e ainda ouvi um "tchau" quando fui embora.

A partir daí, começou a sessão nostalgia. Coincidentemente, eu estou usando hoje a mesma roupa que usei no dia que eu cheguei aqui pela primeira vez, no já longínquo 12 de Setembro. Peguei o ônibus para a cidade e dessa vez eu sentei do lado esquerdo (sim, eu lembro exatamente onde sentei da primeira vez) para apreciar o lado que foi negligenciado em setembro. O dia já estava terminando e a cidade estava ilumidade pelas luzes de seus grande edifícios com bela arquitetura. Nos trinta minutos que se seguiram até o destino final, os olhos não saírma da janela, procurando olhar cada detalhe da cidade, muito embora quase tudo o que eu ví eu já conhecia. Mesmo assim, havia a sensação de novidade no ar.

Pra não ser exatamente como no primeiro dia, não fiquei na mesma Guesthouse, ainda que o lugar escolhido tenha sido minha moradia nointervalo entre o Camboja e Myanmar e entre Myanmar e Malásia. Quando o serviço é bom, os clientes voltam mesmo! Depois de instalado, fui sentir a MINHA cidade novamente. O ar é diferente. Poluído sim, mas mais úmido e menos pesado do que na Índia. E o cheiro... Bangkok tem comida esplhada por todos os cantos da cidade. Para onde você olha ou aponta o nariz, um cheiro convidativo virá até você.

Voltando a ser conservador e comi no mesmo lugar do primeiro dia. Lembro que nesse dia tinha chovido e eu conhecí um australiano que tinha morado na Coréia por alguns anos e me indicou um prato, que viria a se tornar o meu favorito por aqui e no Laos: khao phad kai; o bom e velho arroz frito com frango. Como eu estava com fome, além desse prato eu pedi um outro, também com frango e pimenta. Aliás, ainda que as comidas tailandesas e indianas sejam apimentadas, o "fator picante" da comida tailandesa não se sobrepoe ao sabor natural dos alimentos, o que a torna mais interessante ao meu paladar.

Para minha surpresa, a dona do local lembrou-se de mim. "You, long time", disse ela. Tudo bem que eu estava com a mesma roupa (que ela também lembrou), mas nunca imaginaria que ela se recordaria de mim. Parece quenão é sou eu quem tem boa memória por aqui! Conversamos um pouco e ela me indicou um punhado de lugares para visitar em Bangkok. Ainda não sei quais serão os planos pros próximos dias, mas tentarei encaixar esses lugares neles.

Não pretendo fazer muita coisa além de comer, comer e comer. Ah, e andar a esmo, coisa que eu não faço há mais de 40 dias!

Senti falta do cheiro, das cores, da hospitalidade da comida, da dificuldade de me comunicar e da felicidade ao conseguir pronunciar palavras aleatórias e ver a cara de satisfação de quem as ouve. Estou feliz novamente!


i) antes que alguém venha falar algo, a calça jeans que estou usando só foi usada no primeiro dia e a camiseta não foi usada tantas vezes assim, ainda que ela já esteja terminando a carreira.

1 comment:

Anonymous said...

Aiii, que nostalgia gostosa essa!

Sua descrição do caminho de ônibus descreveu perfeitamente (em proporções menores no meu caso, obviamente) eu no Rio no final de semana (sim, voltei pra lá esse final de semana, hehe). eu não desgrudava os olhos das coisas porque queria absorver aquilo tudo!

Aiiii, lembravam de vc, que lindo! You belong!!!

O bacana de voltar à cidade é que agora vc já visitou o "grosso" e pode aproveitar para curtir mais e ser mais local, hehe.