Wednesday, December 17, 2008

Dia 20 - What goes around comes around

Hoje, assim como segunda-feira, choveu durante quase todo o dia. Sem muitas alternativas, fiquei lendo o meu guia de viagem pra planejar as minhas semanas no Laos. O Laos aparenta ser o patinho feio da viagem, uma vez que todos os outros países do roteiro têm alguma coisa que os faz serem lembrados pela maioria das pessoas, sejam as praias da Tailândia, as minas terrestres do Camboja, a guerra no Vietnã, comida indiana ou o Everest no Nepal. E o Laos? O que que o Laos tem? Acho que muitos (inclusive eu) irão se surpreender com ele.

Passada a chuva, todos começam a sair de suas tocas e a voltar para a rotina da qual foram exlcuidos durante o dia. Antes de iniciar a minha habitual caminhada sem rumo, dou uma passada na livraria para revender o livro já lido e comprar um novo. O desafio da vez é 20.000 Léguas Submarinas e eu tenho até domingo de manhã para ler as suas quatrocentas e tantas páginas.

Chiang Mai tem mais de 300 templos e seria loucura tentar conhecer todos eles. Eu vou andando e entrando naqueles que me atraem mais, pois depois de algumas semanas todos parecem iguais. Tirar fotos externas deles tem sido uma tarefa interessante de executar. Sempre eu tenho de achar aquele ângulo único no qual a fiação da rua não aparece, assim como os carros que estacionam a pouco metros deles. Além disso, eu sempre fico receoso de entrar nos templos. Acho meio desrespeitoso transformar coisas tão sagradas em meras alegorias fotográficas. Tal qual um cachorro de rua, eu fico rodeando com olhar de soslaio esperando ser convidado por alguém.

Logo veio um monge, todo animado, me convidando para entrar. Conversamos o básico (procedência, idade e se é casado ou não) e ele começou a fazer um ritual que segundo ele traria boa sorte para mim. Ele falou que eu era uma pessoa inteligente, conclusão que todas as pessoas chegam sobre alguém que usa óculos e disse que eu tinha "a linha do dinheiro bem resolvida"; se não fosse por isso eu não teria vindo. Desconfianças a parte, encarei tudo seriamente e espero que ele tenha feito o mesmo. No fim, pediu uma doação, nada mais justo pelo que ele fez. Olhei no bolso e lembrei que só tinha notas de 100 baht, suficientes pra quase três refeições, e isso realmente é muito. Não teria coragem de dar moedas. Relutei e por fim estendi a mão com uma das notas e ele disse que o dinheiro voltaria, em breve.

Além das palavras, ganhei bananas, maçâs e água! Voltou mais rápido do que eu esperava! E fazia um tempo que eu não comia uma fruta sequer!

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